Fonte: http://saudebrasilnet.com.br
O câncer de intestino
quase sempre se instala no intestino grosso. São raríssimos os tumores malignos
de intestino delgado.
A parte do tubo digestivo
que denominamos intestino grosso é formada pelo ceco, cólon ascendente,
transverso e descendente, sigmóide e o reto. Nessas áreas, os tumores costumam
ter origem em pequenos pólipos benignos fixos à mucosa, nos quais se instalam
alterações progressivas no DNA causadoras de transformação maligna.
São necessários anos de
evolução para que um pólipo se transforme em lesão maligna, característica
biológica que oferece ampla oportunidade para retirá-lo antes que nele se
acumulem as mutações necessárias para chegar à malignidade.
Como regra, no entanto,
doentes que desenvolvem câncer de intestino nunca foram submetidos a exames
preventivos para diagnosticar a presença dos pólipos que antecedem o
aparecimento da doença.
Há pessoas que correm mais
risco de câncer de cólon e reto. É importante conhecê-las, porque precisam de
vigilância mais intensiva:
1) As que têm um parente
de primeiro grau diagnosticado com esse tipo de câncer antes dos 50 anos.
Nesses casos, existe suspeita da existência de síndromes hereditárias que
aumentam muito o risco;
2) As que têm um familiar
de primeiro grau com câncer do cólon ou reto diagnosticado depois dos 50 anos.
O parentesco duplica a probabilidade da doença;
3) Os portadores de
enfermidades inflamatórias do cólon e do reto, como a retocolite ulcerativa e a
doença de Crohn.
Os principais fatores
ligados ao estilo de vida que aumentam o risco são as dietas com alto teor de
gorduras e/ou pobres em fibras e em cálcio, tabagismo, vida sedentária e
consumo excessivo de álcool.
Existem diversas
estratégias para a prevenção do câncer colorretal:
1) Pesquisa de sangue
oculto nas fezes
Parte do princípio de que
muitos pólipos e tumores malignos em fase inicial apresentam sangramentos
microscópicos identificáveis nas fezes através de diversas técnicas de baixo
custo.
No entanto, como esses
exames são incapazes de detectar lesões que não sangram testes negativos não
asseguram ausência de tumores (falso-negativos). Ao contrário, quando o
resultado é positivo, há necessidade de complementar com a realização de
colonoscopia, para visualizar a parte interna do intestino e afastar ou
confirmar a presença da lesão responsável pelo sangramento.
Consideradas em conjunto,
essas limitações fazem com que muitos médicos considerem esses testes de pouca
utilidade.
2) Estudos radiológicos
Uma das únicas armas
disponíveis no passado, os enemas de bário, exames radiológicos precedidos pela
introdução de líquido de contraste contendo bário através do reto, perderam a
utilidade porque provocam desconforto, deixam de identificar lesões precursoras
e tumores malignos em fase inicial.
Recentemente, foram desenvolvidas
técnicas de colonografia por tomografia computadorizada que permitem obter
imagens de 90% dos pólipos com mais de 1
cm , com um índice de falso-positivos de apenas 14%. As
limitações do método são o emprego de radiações, o custo, a necessidade de preparo
para esvaziar o intestino e a de
exigir colonoscopia para a
retirada dos pólipos diagnosticados.
4) Sigmoidoscopia
Embora desconfortável, é
um exame simples, ambulatorial, realizado pela introdução de um pequeno
endoscópio que visualiza as porções mais baixas do intestino: reto e sigmóide.
Não detecta lesões mais altas, que incidem em mais de 30% dos casos de câncer.
5) Colonoscopia
É o método mais
importante, assunto que merece discussão mais detalhada em nossa próxima
coluna.
Fonte: Drauzio
Varella.com.br
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